Agência Ecclesia
Monsenhor Juan Miguel Ferrer Grenesche
O subsecretário da Congregação
para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Monsenhor Juan Miguel
Ferrer Grenesche, afirmou que as celebrações das comunidades católicas
têm de ser mais do que manifestações de “emoção” e deve levar a uma
“transformação da vida”.
“Um cristão tem de emocionar-se na Liturgia, se a viver em profundidade, mas não pode ficar apenas pela emoção, porque esta é um fator humano. É preciso integrar outras dimensões do humano, a vontade, a racionalidade”, disse o Monsenhor, durante visita à Portugal para falar da constituição ‘Sacrosanctum Concilium’ (1963), sobre a Liturgia, aprovada pelo Concílio Vaticano II.
O
responsável da Santa Sé admite que alguns movimentos dentro da Igreja
sublinham a dimensão da emotividade, esquecida por outros, convidando-os
a aprender com a tradição “plurissecular” a “irradiação do ato de fé
sobre a razão humana, o conhecimento, e sobre a vontade, a transformação
da vida que se ordena para Deus”.
Num mundo de imagens, destaca Monsenhor Grenesche, é preciso recuperar a dimensão da contemplação face à “sucessão de impressões” que marca as sociedades contemporâneas.
“Os sentidos e a imagem são algo fundamental, mas desde uma perspectiva contemplativa. O mundo da imagem da cultura contemporânea ajuda-nos a não descurar o aspeto dos sinais sensíveis da Liturgia, mas esta convida o mundo a não deixar-se arrastar pela corrente de imagens”.
Relativamente à ‘Sacrosanctum
Concilium’, primeira constituição aprovada pelo Vaticano II (1962-1965),
o especialista espanhol sublinha que os 50 anos que passaram sobre o
Concílio são como “uma gota de água num grande mar” na vida da Igreja,
sendo ainda necessário assimilar a novidade “teológica” que o encontro
mundial de bispos trouxe à Liturgia.
“O principal é pôr em evidência a ação de Deus, que se destina a que os homens entrem em diálogo com Ele”, explicou.
Para
que exista esse diálogo, acrescentou, é preciso “facilitar o acesso dos
fiéis” ao que é celebrado, para que possam “expressar-se de modo mais
completo, mais rico”.
As mudanças visíveis na língua e nos ritos, assume o subsecretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, desvalorizaram aos aspetos ligados à “formação” no campo litúrgico, conclui.
colaboração Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha
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